Por Mike Pohlman
Precisamos de mais gente como Onesíforo na igreja de hoje. Ele é um desses personages bíblicos que são facilmente esquecidos por causa de nossa tendência a focar nos “gigantes” das Escrituras (por exemplo, Abraão, Moisés, Davi, Pedro, Paulo, etc).
Considere, por exemplo, o que aprendemos sobre Onesíforo em 2 Timóteo 1:15-18: Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes. Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas; antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar. O Senhor lhe conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso.
Três coisas sobre Onesíforo se destacam:
1. Quando todos os outros abandonaram Paulo, Onesíforo foi até ele. Onesíforo não era um daqueles que simplesmente “vão junto com a multidão”. Ele se arriscou ao ridículo, à zombaria e ao desprezo para realmente ir contra a corrente predominante da opinião popular sobre Paulo.
2. Onesíforo perseverou frente às dificuldades. Tantos de nós têm um grande idealismo – até que as coisas fiquem difíceis. Então, viramos as costas. Onesíforo não. Quando ele chegou em Roma e não conseguiu encontrar Paulo, o apóstolo fala da perseverança de Onesíforo: ” tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar”. Lindo.
3. Onesíforo se orgulhava de Paulo. Isso é muito maior do que simplesmente dizer “Onesíforo me deu ânimo”. Se Paulo só dissesse isso, poderíamos imaginar Onesíforo fazendo-o silenciosamente – talvez à noite quando ninguém pudesse ver. Teria Onesíforo entrado sorrateiramente na cela de Paulo quando ninguém estava olhando porque ele tinha vergonha de sua associação com Paulo? Não este amigo. Paulo, talvez com lágrimas, escreveu que Onesíforo “nunca se envergonhou das minhas algemas”. Onesíforo não ligava se as pessoas fofocavam ou murmuravam – ele estava orgulhoso da determinação de Paulo a sofrer por amor de Cristo.
O que capacitou Onesíforo a agir desta forma? O que faz alguém ser tão contra-cultural? Eu só posso concluir que Onesíforo estava tão consumido por seu amor por Jesus que ele agora era livre da aprovação das pessoas; livre do medo de desprezo; livre do fascínio do mundo; livre da indiferença. Onesíforo, pelo poder do Evangelho, era livre para amar.
O que eu vejo em Onesíforo é a incorporação de Gálatas 5:6, a saber, “a fé que atua pelo amor”. A fé que havia em Onesíforo tinha um impulso – e este impulso era o amor. E este amor não era fraco ou medroso ou egoísta de forma alguma.