domingo, 14 de abril de 2013

Cuidado, Estrada Perigosa!

“Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre aquele que crê e o descrente? Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos? Pois somos santuário do Deus vivo. Como disse Deus: Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Portanto, saiam do meio deles e separem-se, diz o Senhor. Não toquem em coisas impuras, e eu os receberei. E lhes serei Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas, diz o Senhor todo-poderoso”. 2 Co 6.14-18 (NVI) Caro (a) leitor(a), fico impressionado, ao perceber, que a medida em que nos empenhamos em conhecer a Santa Palavra de Deus, e assim, sendo gradativamente instruídos pelo poder do Espírito Santo, somos confrontados com a verdade, tornando-se ainda mais conscientes de nossas limitações humanas, e de nossa infinita dependência do Eterno Criador. Desde meus primeiros passos na da caminhada da fé, fui inúmeras vezes advertido de que o principal dom a ser almejado pelo cristão, é o Dom do Discernimento, e hoje, já passados alguns bons anos, constato que de fato isto é real, pois, em tempos tão obscuros, o despertamento deste dom tão essencial ao cristão, oferece a blindagem necessária para torná-lo mais seguro e convicto de sua fé. O apóstolo Paulo, nos faz refletir em sua carta aos efésios, os motivos pelos quais devemos agir com sensatez e maturidade: “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina…” (Ef 4.14ª (ARC)). Infelizmente uma parte significativa, daqueles que “se declaram” cristãos, buscam apenas a benção de Deus, e não o Deus da benção, e por não alicerçarem sua fé, são facilmente seduzidos e enganados pelos astutos ardis de satanás. Imagino, que a essa altura do campeonato, você está se sentindo um pouco confuso, e ainda não conseguiu encontrar conexão entre o título, o texto base e tudo que foi escrito até aqui!. Fique tranqüilo, pois, como sempre digo aos meus alunos do ensino médio… “a confusão é apenas uma etapa do aprendizado!” Bem vamos lá! Como já havia dito em um parágrafo anterior, muitas pessoas são seduzidas pelos astutos ardis de satanás, e entre as incontáveis estratégias utilizadas pelo inimigo de nossas almas, a mais antiga entre elas, é a de fazer com que coisas perigosas, não soem de forma tão amedrontadora. Lembre-se, que Eva foi atraída pelo aspecto agradável do fruto proibido por Deus. A bíblia diz que Deus conhece nossa estrutura, e sabe que somos pó!. Hoje, o mercado de trabalho preza por uma habilidade que considera essencial ao profissional, a habilidade de interação com o grupo de trabalho, esta habilidade ganha nomes como: relações interpessoais, habilidade social, entre outros. Até aí ótimo, pois o princípio de se respeitar a individualidade do outro é bastante positivo, e,diga-se de passagem, extremamente justo. Também concordo que em um ambiente em que as pessoas se tratam com cordialidade, o exercício das atividades, torna-se mais agradável. Entretanto, observamos que na grande maioria dos casos, não se trata de respeito ou gentileza, mais sim, de pura teatralização. Pessoas dissimuladas, se articulam em ações objetivando única e exclusivamente benefícios pessoais e a autopromoção, não medindo esforços para obter o sucesso, mesmo que a custa de delações, falsidade e pura politicagem da pior espécie. Há ainda, outra questão de extrema gravidade, a permissividade, ou seja, quando o “cristão” começa a tratar como coisa normal, ou corriqueira, aquilo que Deus abomina, e muitas vezes, sendo até co-participante desta situação. Neste ponto, faço uma relação direta com o título e o texto base, aqui temos as chamadas “Associações Impróprias ou Proibidas”. Antes de classificar este texto como preconceituoso, ou coisa parecida, e sair dando uma de SUPERCRENTE, no mais puro estilo decoreba, soltando alguma pérola do tipo… “Jesus comia com os publicanos e pecadores!”. Deixe-me lembrá-lo de duas coisas: 1ª – Ele é DEUS, e nEle, não há sequer sombra de variação, o que significa que Ele não se deixa contaminar pelo pecado. 2ª – Deus ama o pecador, mas abomina o pecado!. Infelizmente, esta onda maligna, vem se alastrando como uma praga, invadindo os bancos, e até os púlpitos das igrejas. Para aqueles que gostam de história da igreja, e dos textos de Flávio Josefo, é bom lembrar, que os cristãos em seus primórdios, eram tidos como anti-sociais, e não porque fossem pessoas ásperas ou indelicadas, mas sim, pelo fato de não se envolverem em atividades e eventos sociais, que fossem contrários aos princípios pregados pelo cristianismo, sem com isso, deixar de praticar a humildade, a benevolência e o amor fraternal. O que mais vemos hoje, são histórias de pessoas, que agindo de maneira imprudente, não foram capazes de manter um limite seguro, e acabaram por fim, com suas vidas contaminadas e completamente destruídas. No intuito de criar um novo modelo de cristianismo moderno, atraente e flexível, muitas lideranças, INFELIZMENTE, inverteram o que seria o sentido justo e natural, ou seja, ao invés da igreja invadir o mundo anunciando a BOA NOVA do Evangelho de JESUS CRISTO, é o mundo que invade a igreja, com seus vícios, maus costumes e pecados. Para concluir, quero deixar claro, que JAMAIS devemos abdicar do dever de anunciar a Boa Nova, cumprindo assim a grande comissão, mas devemos sim, ser prudentes, e buscar a direção de Deus, por meio do Espírito Santo, para nossos relacionamentos, sejam eles: no trabalho, na escola, entre a família e até mesmo na igreja. Peçamos a Ele, discernimento, força, sabedoria e humildade, clamando sempre… “Senhor, tem misericórdia de mim, pobre pecador!”.

 QUE DEUS NOS ABENÇOE!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Uma análise do Natal. O verdadeiro Natal bíblico-cristão


É Natal, uma das datas mais esperadas em todo o planeta. A noite do dia 24 e o dia 25 de dezembro são celebrados com muita alegria, troca de presentes, mensagens com palavras lindas, confraternizações, festas (com bebidas e comidas a vontade), etc.

Mas afinal de contas, o que deu vida ao Natal? Nos cansamos em ver papais noéis pra todos os gostos, enfeites mui belos, árvores exuberantes, mas, e o dono da festa? Onde está ele? Onde está o seu nome? Onde está uma reunião verdadeiramente voltada para o aniversariante?

O Natal é para celebrar o evento mais belo da história até então, o nascimento de um divino menino, Filho do Deus Altíssimo, Jesus Cristo! Ele é a essência do Natal! Ele é o aniversariante! Ele é que merece o destaque, e não um papai Noel pagão e de origem mercantilista que não tem nada a ver com a história!

Irei neste tratado abordar algumas questões referentes a esta data, dentre elas a origem da data 25 de dezembro, o “papai Noel”, as árvores de Natal, os presépios e outros pormenores, para enfim podermos chegar a uma conclusão cativa a doutrina bíblica e a um coerente passado histórico.

Termo e a data do Natal

Natal, termo proveniente do latim “natális”, derivada do verbo“nascor, nascéris, natus sum, nasci”, significando nascer, ser posto no mundo. Pode significar também, como adjetivo, o local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa. A palavra conhecidíssima que designa o Natal em inglês (Christmas), de origem católica, deriva das palavras latinas “Cristes maesse”, significando em inglês “Christ's Mass”, ou seja, missa de Cristo.

O Natal é celebrado desde o século IV pela Igreja Ocidenteal, e desde o século V pela Igreja Oriental. Na análise histórica acha-se a primeira celebração em Roma, no ano 336 d.C., sendo que na parte Oriental do Império Romano comemorava-se o nascimento de Cristo em 7 de janeiro (que veio a ser a data de comemoração adotada pela Igreja Ortodoxa). Vários papas haviam oficializado a data de 25 de dezembro, mas historicamente o que teve mais força em seu edito foi o Papa Leão I em 440, por ocasião do Concílio de Constantinopla.

É bem verdade que a data 25 de dezembro deriva de festividades pagãs, isso é um fato histórico irrefutável. Com a conversão do Império Romano ao Cristianismo em 313, na figura do Imperador Constantino, a Igreja passou por uma dura mudança e paganização, absorvendo diversos costumes e adaptando muitas festas e ídolos a fé cristã. No pacote destas adaptações veio também a adoção da data 25 de dezembro para o nascimento/aniversário de Cristo, para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao “nascimento do deus sol invencível” (Natalis Invistis Solis), em comemoração ao solstício do inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro e era um período conhecido pela alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era também a data em que se comemorava o nascimento do misterioso deus persa Mitra, o “Sol da Virtude”; comemoração regrada com orgias e embriaguez.

Realmente o nascimento de Cristo não se deu no mês de dezembro do nosso atual calendário. O nono mês judaico, o de Quisleu, que corresponde aproximadamente à segunda metade de novembro e primeira metade de dezembro no calendário gregoriano, era um mês tipicamente frio e chuvoso. O mês seguinte é Tevet, em que ocorrem as temperaturas mais baixas do ano, com nevadas ocasionais nos planaltos. Esta verdade é confirmada pelos profetas Esdras e Jeremias, que afirmavam não ser possível ficar de pé do lado de fora devido ao frio desta época: “Então todos os homens de Judá e Benjamim em três dias se ajuntaram em Jerusalém; era o nono mês, aos vinte dias do mês; e todo o povo se assentou na praça da casa de Deus, tremendo por este negócio e por causa das grandes chuvas. Porém o povo é muito, e também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora” Esdras 10:9,13a e “Ora, o rei estava assentado na casa de inverno, pelo nono mês; e diante dele estava um braseiro aceso” Jeremias 36:22. Portanto, com esses fatos evidenciados acima, seria impossível que a passagem de Lucas 2:8, que fala de “pastores que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho” seja uma cena que se passasse durante o mês de dezembro do nosso calendário. Destaque-se ainda que Jesus foi morto com aproximadamente trinta e três anos e meio e entre 22 de março e 25 de abril, ficando assim incompatível a data de seu nascimento para o mês de dezembro, principalmente para o seu final.

Agora vem a pergunta: é pecado se comemorar o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro? A resposta é claro que é uma NÃO! Partindo da verdade de que a real data do nascimento de Cristo não é conhecida e de que nunca será possível estabelecê-la com precisão, devido à falta de registros históricos para tal, qualquer outra data é aceita como celebração, pois afinal de contas não é a data em si que conta, mas o seu real significado. A Bíblia simplesmente não proíbe a comemoração do nascimento de Cristo. Pecado era a comemoração a um ídolo morto, a um “deus sol invencível” sem vida e que nunca existiu. Mitra passou, seu nome fora apagado, no dia 25 de dezembro seu nome nem é lembrado pela humanidade, muito menos pelos cristãos, mas o nome de Jesus sobreviveu, venceu ao nome de Mitra, mostrando que Ele (Jesus) é que é o verdadeiro DEUS Invencível! Jesus foi real, foi tocado (1 Jo 1:1-3). Além do mais temos que nos lembrar que o ídolo é morto (Salmo 115), é um nada (1 Co 8:4), portanto não tem poder para fazer o bem nem para fazer o mal (Jr 10:5). Temer comemorar o Natal de Cristo no dia 25 de dezembro é o mesmo que estar dando poder para os ídolos.

“Mas para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação debaixo das suas asas” Ml 4:2.

“Eu, Jesus, <...>, sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” Ap 22:16.

Portanto, se a data tradicionalmente recaiu no dia 25 de dezembro, aonde todo o mundo cristão se volta para comemorar o nascimento de Cristo, e não há base bíblica para não se relembrar o nascimento de Cristo, não é pecado comemorar o nascimento do Salvador do mundo e o amor de Deus para com o homem.

Leve-se em conta ainda o fato do próprio Deus ter instituído festas e celebrações para os judeus por fatos históricos e bênçãos recebidas de sua Mão (ver Êx 23:14-19), como as festas da Páscoa, Pentecoste e dos Tabernáculos, além da festa dos pães asmos e a da colheita das primícias; festas estas que ocupavam 76 dias do ano dos israelitas, aonde os mesmos tinham que deixar seus trabalhos e dedicarem-se exclusivamente ao culto a Deus. Logo se deduz não ser nenhum pecado celebrar o nascimento de Cristo, que diga-se de passagem é um fato muito mais importante do que os que Israel comemorava.

O papai Noel


Aqui abordamos um ponto em que os cristãos (protestantes) verdadeiramente contrariam a prática dos católicos e do resto do mundo. O papai Noel não passa de um mito, uma figura pagã divinizada, que toma o lugar de Cristo e que passa a ser o alvo das atenções no Natal.

Antes de nos aprofundarmos mais um pouco cabe uma breve história desse personagem. A inspiração com certeza partiu de São Nicolau Taumaturgo (281-350), Arcebispo de Myra, província de Lícia, aonde hoje se situa a Síria. Ele aparentemente assistia ao Concílio de Nicéia em 325. Nos Estados Unidos ele é conhecido por Santa Claus. Reza a tradição histórica que após herdar uma fortuna considerável de seus pais, Nicolau a doou toda, optando pela vida religiosa, tendo sempre como característica uma singular bondade e atenção para com as crianças. Ainda na Idade Média fora declarado santo pela Igreja Católica Romana, aonde o nome de São Nicolau se popularizou, acabando por se tornar o padroeiro da Rússia e da Grécia (países de maioria Ortodoxa). No mais, o certo é que pouco se sabe a respeito de Nicolau, e que verdadeiramente ele não teve nenhuma contribuição para que o papai Noel fosse quem é hoje.

O papai Noel como o conhecemos hoje não passa de um personagem mitológico. As renas puxando o trenó que voa e a entrada pela chaminé foram tradições criadas pelo professor de literatura grega de Nova Iorque, Clemente Clark Moore, que lançou em 1822 o poema “Uma visita de São Nicolau”, escrito para seus seis filhos. O papai Noel gordo, de barba branca, vestido de vermelho com detalhes brancos, cinto preto e o gorro, é resultado original do cartunista cativo nos Estados Unidos, Thomas Nast, aonde em 1862 realizou a primeira ilustração do papai Noel como o conhecemos hoje, alcançando o auge na Revista Harper's Weeklys, em 1886, na edição especial de Natal. A partir daí a figura do papai Noel caiu nos braços do marketing em diversos setores, mas é inegável que quem popularizou mundialmente a figura do Noel como a conhecemos hoje foi a Coca-Cola, quando em 1931 a multinacional encomendou ao artista Habdon Sundblom uma remodelação do Santa Claus de Thomas Nast para torná-lo ainda mais chamativo e popular. Sundblom se inspirou em um vendedor aposentado e assim nasceu e se consumou, de uma propaganda da Coca-Cola, o Papai Noel que a gente conhece hoje. Até então, o Noel era representado costumeiramente no mundo todo vestido com uma roupa de inverno marrom, que era (e que ainda é) a típica roupa para o frio.

O papai Noel, como fora dito no início, não passa de um mito e de uma grande mentira. Dá-se a ele atributos divinos, como a onisciência (de saber todos os pedidos das crianças) e a onipotência (o de realizar todos os pedidos). Ele vem para roubar a atenção de Cristo, ensinar as crianças a serem materialistas, além de poder fazer com que as crianças percam a fé nas palavras de seus pais e em seres sobrenaturais quando vierem a descobrir que ele não passa de uma invenção.

A figura do papai Noel está estritamente ligada ao mercado de consumo, às vendas do final de ano. Não que seja errado se presentear alguém por ocasião do Natal, mas é justamente nessa ocasião em que muitas pessoas se endividam. O que se vê hoje é que a maioria esmagadora das famílias não passa o Natal sem comprar algo para seus familiares ou outrem.

O Natal pode ser perfeitamente celebrado sem a figura do papai Noel! Sem ele o Natal permanece, mas sem Cristo o Natal nem existiria!

O triste é vermos cristãos evangélicos vestindo o gorro do papai Noel com muita alegria, batendo fotos sorridentes ao lado do “bom velhinho”, sinceramente não consigo imaginar como pessoas que dizem ter o conhecimento da verdade se deixam levar por uma fantasia que ataca ensinos bíblicos e sem respaldo histórico. Um crente que age assim está concordando em se celebrar o “Natal do Noel”, ou seja, está concordando com o erro, além de não deixar de ser um participante. Um crente deste com certeza é um “aborrecedor de Deus” (Rm 1:30), e peca não somente por fazer, mas também por consentir com os que fazem (Rm 1:32).

A Árvore de Natal

Aqui tratamos mais uma vez (como fora no caso do papai Noel) de uma tradição um tanto recente no meio cristão. Existem muitas teorias a respeito da origem da árvore de Natal, umas apontando esse símbolo como de origem pagã, enquanto outras a consideram inofensiva aos cristãos.

Alguns mais extremistas e sem sabedoria remetem a origem da Árvore para a Babilônia e o Egito pagãos. É bem verdade que a história tem evidências que povos pagãos da antigüidade usavam árvores para muitos fins idólatras e místicos. Muitos cristãos com aversão ao uso de árvores no Natal vêem em Jr 10:2-4 uma condenação ao uso de árvores; mas se esquecem que Deus falava em relação aos ídolos (verso 11).

A verdade é que a árvore de Natal como a conhecemos hoje se originou indiscutivelmente na Alemanha. A Enciclopédia Britânicaexplica o seguinte: “A moderna árvore de Natal, em hora, se originou na Alemanha Ocidental. O principal esteio de uma peça medieval sobre Adão e Eva, era uma árvore de pinheiro pendurada com maças (Árvore do Paraíso) representando o jardim do Éden. Eles penduravam bolinhos delgados (simbolizando a hóstia, o sinal cristão de redenção); as hóstias eventualmente se transformaram em biscoitos de vários formatos. Velas, também eram com freqüência acrescentadas como símbolo de Cristo. No mesmo quarto, durante as festividades de Natal, estava a pirâmide Natalina, uma construção piramidal feita de madeira com prateleiras para colocar figuras de Natal, decorados com sempre-verdes, velas e uma estrela. Lá pelo 16º século a pirâmide de Natal e a árvore do Paraíso tinham desaparecido, se transformando em árvore de Natal”.

Reza a tradição e registros históricos que no século XVI o reformador Martinho Lutero, ao caminhar pela floresta olhou por entre os pinheiros para um céu muito estrelado, dando a impressão de haver um colar de diamantes enfeitando as árvores. Tomado pela beleza daquela magnífica cena, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Ao chegar colocou entusiasmado o pequeno galho do pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-lo mais um tanto. Era a cena que ele vira lá fora e acabara de representar em sua casa. Queria com isso o reformador demonstrar para as crianças como estaria o céu na noite em que Cristo nasceu. A figura dos presentes em baixo da árvore veio tempos a frente, relacionada com a idéia mercantilista já comentada acima. Foi a partir do século XIX que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século XX, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina

Trata-se de um elemento essencialmente secundário ao Natal. Não faz parte da doutrina bíblica e nem pode ser associado aos ídolos (lembrando que eles não tem poder algum) e ao paganismo, nem a Bíblia dá margens para proibir-se o seu uso no Natal. A Bíblia, na verdade, faz inúmeras menções a árvores, às vezes comparando-nos com árvores (Mt 7:17-19), outras comparando o Reino dos Céus a uma árvore (Mt 13:31,32), além de que iremos comer no céu do fruto da árvore da vida (Ap 2:7 e 22:2,14), mostrando que a árvore é usada como símbolo de coisas boas, afastando todo e qualquer sentido maléfico para com essa criação de Deus. Portanto é uma opção de conveniência de cada um. O que não pode é se dar um valor especial à árvore de Natal, nem relacioná-la diretamente com o nascimento de Cristo, haja vista não haver nenhuma correspondente entre eles. Use-se apenas como enfeite e decoração comemorativa ao nascimento de Jesus, sem misticismo e idolatria alguma, como usamos plantas e rosas para enfeitar nossos lares e ambientes de trabalho, além das próprias igrejas. Lembrando apenas que a verdadeira comemoração e enfeite está dentro de cada um de nós, em nossos corações ligados a Cristo e ao que Ele fez por nós.

Presépios

O presépio (do lat. praesepio) é de origem católica e de uso majoritário pela mesma, salvo algumas exceções evangélicas e a própria igreja ortodoxa. O presépio tem sua origem idealizada a partir das imagens, pinturas e representações teatrais semi-litúrgicas realizadas durante a missa. Fora posto em prática originariamente por São Francisco de Assis, em 1223, quando por ocasião (segundo a tradição católica) quis celebrar o Natal de um modo mais realista possível e, com a permissão do Papa Honório III, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. O sucesso dessa representação franciscana com o Presépio foi tão grande que logo se espalhou por toda a Itália, introduzindo-se nas casas nobres européias e de lá descendo até as classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX.

O presépio em si é condenável por ser incentivo a idolatria, além de ser usado na igreja católica como próprio objeto de culto. Os presépios retratam em sua maioria o evento do nascimento de Cristo de forma errônea, mostrando os “três” Magos do oriente (que a Bíblia não diz que eram três) adorando ao Jesus recém-nascido ainda na manjedoura, sendo que do relato de Mt 2:1-11 se deduz claramente que Cristo fora encontrado pelos Magos dias após o seu nascimento e não mais num estábulo de animais, e sim em uma casa (verso 11), diferentemente dos pastores que chegaram a ver Jesus no dia do seu nascimento e ainda na manjedoura (cf. Lc 2:16).

Além do mais, devemos seguir o conselho de Deus em Dt 4:16“Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher”. Também Jr 10:14“Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida é mentira, e nelas não há espírito”.

Conclusão

O Natal é uma data importante, pois nela se comemora o nascimento de Cristo, do Salvador da humanidade, da Luz que veio dissipar as trevas. É um fato importante e que teve o cuidado de ser eternizado nas Sagradas Escrituras nos evangelhos de Mateus e Lucas.

Não podemos fazer que nem os Testemunhas de Jeová e muitos cristãos com filosofias e doutrinas modernas que negam comemorar e relembrar o nascimento de Cristo. Já ouvi esse ano mesmo um irmão condenar piamente o Natal; dizia ele: “Feliz Jesus irmão!”, mas não dizia “feliz Natal”, pois pensava ser errado e pagão. Não que dizer “feliz Jesus” seja errado, mas o extremismo infundado em se condenar uma frase tradicional e que milhões de cristãos a dizem, é algo totalmente insano.

Se o Natal hoje é comemorado em sua maioria de forma errada e anti-bíblica, não podemos condená-lo por isso. O nascimento de Cristo não foi paganizado! É uma oportunidade que temos para mostrar o verdadeiro Natal bíblico para milhões de pessoas que não sabem o que estão comemorando e de que estão comemorando de forma errada. Lembremo-nos que João usou o termo “logos” em João 1 para descrever Jesus, justamente para corrigir um mal pensamento em relação as divindades da cultura Greco-romana da época, quem viam no termo “logos” uma divindade inalcançável e que não poderia assumir a forma corporal/humana; João apresentou um Jesus“logos”, que estava no princípio com Deus e que era o próprio Deus, além de ter sido homem como ele. Lembremo-nos ainda de Paulo ao evangelizar os idólatras atenienses com a figura popular entre eles do DEUS DESCONHECIDO. O erro que existe hoje sobre o Natal não o invalida nem o torna impuro.

No demais cabe lembrar que o nascimento de Jesus não é um simples fato, é algo divino, que desafia nossa limitada concepção humana. É muito mais do que um feriado, é Deus provando seu amor para com uma humanidade pecadora e inconstante. É muito mais do que uma festa religiosa, é um passo importantíssimo de um projeto para a redenção de toda a humanidade. É muito mais do que um simples nascimento, é uma jovem simples e virgem recebendo a graça de conceber um filho pelo divino poder do Espírito Santo.

No nascimento de Jesus profecias se cumpriram com exatidão. Miquéias escreveu cerca de 720 anos antes de Cristo que: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” Mq 5:2. Isaías profetizou com cerca de 700 anos de antecedência que uma virgem daria à luz ao Messias: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel” Is 7:14. A palavra Emanuel significa ‘Deus conosco’. Deus realmente estaria conosco através de seu Divino Filho Jesus Cristo. Deus passou a habitar entre nós por meio de Jesus!

Muitas outras profecias se cumpriram, demonstrando que Jesus era (e é) o Messias tão esperado por Israel, o Salvador de Toda a Humanidade! “E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”Lucas 2:10,11. O doutor Lucas deixou a incredulidade tão comum dos médicos e nos concedeu um dos mais detalhados registros do nascimento de Jesus! Leiam os primeiros capítulos do Evangelho que leva o seu nome e se maravilhem!

O Natal não é uma oportunidade para se desfrutar dos prazeres da carne, mas é sim para se comemorar e relembrar o nascimento de Cristo; festejar a chegada da Luz que dissipou as trevas e nos trouxe paz; se regozijar com o amor do Todo-Poderoso para com nós; e renovar a bem-aventurada esperança da volta de Jesus, não como um bebê, mas sim como Rei e Juiz! (Tito 2:13). Sabendo que o Apóstolo Paulo escreveu em Rm 14:17“Pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo”.

Encerro desejando a todos um Feliz Natal CRISTÃO. Que a Graça, Luz e Esperança que o menino Jesus trouxe ao mundo possam reinar na vida de todos! Não somente agora, mas que possa durar por todo o 2008 que se avizinha, e que possa se tornar eterno! Que o Senhor Jesus possa entrar na vida de todos que o queiram receber!

“O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” Isaías 9:2,6. Aleluia! Glória a Deus!

Este é o Natal! Este é o Jesus da Bíblia!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tragédias, mais uma vez: Deus e Sandy




Por Augustus Nicodemus Lopes
Toda vez que uma catástrofe ou tragédia de grande proporção atinge o mundo retorna à blogosfera a questão do mal e do sofrimento dos inocentes em um mundo governado por um Deus bom e Todo-Poderoso. É o caso do furacão Sandy, que nestes dias tem causado uma enorme destruição e a morte de dezenas de pessoas nos Estados Unidos e outros países.
De longa data o mal que existe no mundo vem sendo usado como uma tentativa de se provar de que Deus não existe, ou se existe, não é bom. E se for bom, não é todo-poderoso – esta última hipótese defendida pelo teísmo aberto.
“Onde estava Deus quando estas tragédias aconteceram?” é a pergunta de pessoas revoltadas com o fato de que centenas de pessoas boas, desprevenidas, cidadãos de bem, foram apanhados numa tragédia e morreram de forma terrível, deixando para trás famílias, filhos, entes queridos.
Eu entendo a preocupação com o dilema moral que tragédias representam quando vistas a partir do conceito cristão histórico e tradicional de Deus. Se Deus é pessoal, soberano, todo-poderoso, onisciente, amoroso e bom, como então podemos explicar a ocorrência das tragédias, calamidades, doenças, sofrimentos, que atingem bons e maus ao mesmo tempo?
Creio que qualquer tentativa que um cristão que crê que a Bíblia é a Palavra de Deus faça para entender as tragédias, desastres, catástrofes e outros males que sobrevêm à humanidade, não pode deixar de levar em consideração dois componentes da revelação bíblica, que são:
- A realidade da queda moral e espiritual do homem.
- O caráter santo e justo de Deus.
Lemos em Gênesis 1—3 que Deus criou o homem, macho e fêmea, à sua imagem e semelhança, e que os colocou no jardim do Éden, com o mandamento para que não comessem do fruto proibido. O texto relata como eles desobedeceram a Deus, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, e decaíram assim do estado de inocência, retidão e pureza em que haviam sido criados. As conseqüências, além da queda daquela retidão com que haviam sido criados, foram a separação de Deus, a perda da comunhão com ele, e a corrupção por inteiro de suas faculdades, como vontade, entendimento, emoções, consciência, arbítrio. Pior de tudo, ficaram sujeitos à morte, tanto espiritual, que consiste na separação de Deus, como a física e a eterna, esta última sendo a separação de Deus por toda a eternidade.
Este fato, que chamamos de “queda,” afetou não somente a Adão e Eva, mas trouxe estas conseqüências terríveis a toda a sua descendência, isto é, à humanidade que deles procede, pois eles eram o tronco e a cabeça da raça humana. Em outras palavras, a culpa deles foi imputada por Deus aos seus filhos, e a corrupção de sua natureza foi transmitida por geração ordinária a todos os seus descendentes.
Desde cedo na história da Igreja cristã esta doutrina, que tem sido chamada de “pecado original”, foi questionada por gente como Pelágio, que afirmava que o pecado de Adão e Eva afetou somente a eles mesmos, e que seus filhos nasciam isentos, neutros, sem pecado, e sem culpa e sem corrupção inata. Tal ideia foi habilmente rechaçada por homens como Agostinho, Lutero, Calvino e muitos outros, que demonstraram claramente que o ensino bíblico é o que chamamos de depravação total e transmitida, culpa imputada e corrupção herdada. As conseqüências práticas para nós hoje são terríveis. Por causa desta corrupção inata, com a qual já nascemos, somos totalmente indispostos para com as coisas de Deus; somos, por natureza, inimigos de Deus e, portanto, filhos da ira. É desta natureza corrompida que procedem os nossos pecados, as nossas transgressões, as desobediências, as revoltas contra Deus e sua Palavra.
Agora chegamos no ponto crucial e mais relevante para nosso assunto. Entendo que a Bíblia deixa claro que os nossos pecados, tanto o original quanto os pecados atuais que cometemos, por serem transgressões da lei de Deus, nos tornam culpados e portanto sujeitos à ira justa de Deus, à sua justiça retributiva, pela qual ele trata o pecador de acordo com o que ele merece. Ou seja, a humanidade inteira, sem exceção – visto que não há um único justo, um único que seja inocente e sem pecado – está sujeita ao justo castigo de Deus, o que inclui – atenção! – a morte, as misérias espirituais, temporais (onde se enquadram as tragédias, as calamidades, os desastres, as doenças, o sofrimento) e as misérias espirituais (que a Bíblia chama de morte eterna, inferno, lago de fogo, etc.).
A Bíblia revela com muita clareza, e sem a menor preocupação de deixar Deus sujeito à crítica de ser cruel, déspota e injusto, que ele mesmo é quem determinou tragédias e calamidades sobre a raça humana, como parte das misérias temporais causadas pelo pecado original e as transgressões atuais. Isto, é claro, se você acredita realmente que a Bíblia é a Palavra de Deus, e não uma coleção de idéias, lendas, sagas, mitos e estórias politicamente motivadas e destinadas a justificar seus autores.
De acordo com a Bíblia:
- Foi Deus quem condenou a raça humana à morte no jardim (Gn 2.17; 3.19; Hb 9.27).
- Foi ele quem determinou a catástrofe do dilúvio, que aniquilou a raça humana com exceção da família de Noé (Gn 6.17; Mt 24.39; 2Pe 2.5).
- Foi ele quem destruiu Sodoma, Gomorra e mais várias cidades da região, com fogo caído do céu (Gn 19.24-25).
- Foi ele quem levantou e enviou os caldeus contra a nação de Israel e demais nações ao redor do Mediterrâneo, os quais mataram mulheres, velhos, crianças e fizeram prisioneiros de guerra (Dt 28.49-52; Hab 1.6-11).
- Foi ele quem levantou e enviou contra Israel povos vizinhos para saquear, matar e fazer prisioneiros (2Re 24.2; 2Cr 36.17; Jr 1.15-16).
- Foi ele quem ameaçou Israel com doenças, pestes, fomes, carestia, seca, pragas caso se desviassem dos seus caminhos (Dt 28).
- Foi ele quem enviou as dez pragas contra o Egito, ferindo, matando e trazendo sofrimento a milhares de egípcios, inclusive matando os seus primogênitos (Ex 9.13-14).
- Foi o próprio Jesus quem revelou a João o envio de catástrofes futuras sobre a raça humana, como castigos de Deus, próximo da vinda do Senhor, conforme o livro de Apocalipse, tais como guerras, fomes, pestes, pragas, doenças (Apocalipse 6—9), entre outros.
- Foi o próprio Jesus quem profetizou a chegada de guerras, fomes, terremotos, epidemias (Lc 21.9-11) e a destruição de Jerusalém, que ele chamou de “dias de vingança” de Deus contra o povo que matou o seu Filho, nos quais até mesmo as grávidas haveriam de sofrer (Lc 21.20-26).
- E por fim, Deus já decretou a catástrofe final, a destruição do mundo presente por meio do fogo, no dia do juízo final (2Pe 3.7; 10-12).
Isto não significa, na Bíblia, que o sofrimento das pessoas é sempre causado por uma culpa individual e específica. Há casos, sim, em que as pessoas foram castigadas com sofrimentos temporais em virtude de pecados específicos que cometeram, como por exemplo o rei Uzias que foi ferido de lepra por causa de seu pecado (2Cr 26.19; cf. também o caso de Miriã, Nm 12.10). O rei Davi perdeu um filho por causa de seu adultério (2Sm 12.14). Mas, em muitos outros casos, as tragédias, catástrofes, doenças e sofrimentos não se devem a um pecado específico, mas fazem parte das misérias temporais que sobrevêm à toda a raça humana por conta do estado de pecado e culpa em geral em que todos nós nos encontramos. Deus traz estas misérias e castigos para despertar a raça humana, para provocar o arrependimento, para refrear o pecado do homem, para incutir-lhe temor de Deus, para desapegar o homem das coisas desta vida e levá-lo a refletir sobre as coisas vindouras. Veja, por exemplo, a reflexão atribuída a Moisés no Salmo 90, provavelmente escrito durante os 40 anos de peregrinação no deserto. Veja frases como estas:
“Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens… Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Diante de ti puseste as nossas iniquidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento…”
Não devemos pensar que aquelas pessoas que ficam doentes, passam por tragédias, morrem em catástrofes eram mais pecadoras do que as demais ou que cometeram determinados pecados que lhes acarretou tal castigo. Foi o próprio Jesus quem ensinou isto quando lhe falaram do massacre dos galileus cometido por Pilatos e a tragédia da queda da torre de Siloé que matou dezoito (Lc 13.1-5). Ele ensinou a mesma coisa no caso do cego relatado em João 9.3-4. Os seus discípulos levantaram o problema do sofrimento do cego a partir de um conceito individualista de culpa, ponto que foi rejeitado por Jesus. A cegueira dele não se deveu a um pecado específico, quer dele, quer de seus pais. As pessoas nascem cegas, deformadas, morrem em tragédias e acidentes, perdem tudo que têm em catástrofes, não necessariamente porque são mais pecadoras do que as demais, mas porque somos todos pecadores, culpados, e sujeitos às misérias, castigos e males aqui neste mundo.
No caso do cego, Jesus disse que ele nascera assim “para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.3). Sofrimento, calamidades, etc., não são somente um prelúdio do julgamento eterno de Deus; há também um tipo de sofrimento no qual Deus é glorificado por meio de Cristo em sua graça, e assim se torna, portanto, um exemplo e um prelúdio da salvação eterna. As tragédias servem para levar as pessoas a refletir sobre a temporalidade e fragilidade da vida, e para levá-las a refletir nas coisas espirituais e eternas. Muitos têm encontrado a Deus no caminho do sofrimento.
O que eu quero dizer é que, diante das tragédias e acidentes devemos nos lembrar que eles ocorrem como parte das misérias e castigos temporais resultantes das nossas culpas, de nossos pecados, como raça pecadora que somos. Poderia ser eu que estava entre as vítimas do furacão Sandy. Ou, alguém muito melhor e mais reto diante de Deus. Ainda assim, Deus não teria cometido qualquer injustiça, ainda que todas as vítimas fossem os melhores homens e mulheres que já pisaram a face da terra. Pois mesmo estes são pecadores. Não existem inocentes diante de Deus. Pensemos nisto, antes de ficarmos indignados contra Deus diante do sofrimento humano.
Por último, preciso deixar claro duas coisas.
Primeira, que nada do que eu disse acima me impede de chorar com os que choram, e sofrer com os que sofrem. Somos membros da mesma raça, e quando um sofre, sofremos com ele.
Segunda, é preciso reconhecer que a revelação bíblica é suficiente, mas não exaustiva. Não temos todas as respostas para todas as perguntas que se levantam quando uma tragédia acontece. Não conhecemos a vida das vítimas e nem os propósitos maiores e finais de Deus com aquela tragédia. Só a eternidade o revelará. Temos que conviver com a falta destas respostas neste lado da eternidade.
Mas, é preferível isto a aceitar respostas que venham a negar o ensino claro da Bíblia sobre Deus, como por exemplo, especular que ele não é soberano e nem onisciente e onipotente. Posso não saber os motivos específicos, mas consola-me saber que Deus é justo, bom e verdadeiro, e que todas as suas obras são perfeitas e retas, e que nele não há engano.
[Este post foi baseado num outro post da minha autoria aqui no blog intitulado Carta a Bonfim: Deus e as Tragédias]
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Augustus Nicodemus Lopes é paraibano, casado com Minka, pai de Hendrika, Samuel, David e Anna. Pastor presbiteriano (IPB), mestre e doutor em Interpretação Bíblica (África do Sul, Estados Unidos e Holanda), professor de exegese, Bíblia, pregação expositiva no Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper, da IPB, autor de vários livros e escreve periodicamente no excelente blog O Tempora! O Mores!

Catolicismo Romano e suas argumentações em favor da intercessão dos santos


Por Fernando Galli
É inegável que Deus dotou o homem e os seres espirituais da faculdade da comunicação e, no caso dos que são seus filhos, do importar-se uns com os outros. Católicos, protestantes e evangélicos estão de acordo com isso.
Também é consenso entre os cristãos que os filhos de Deus aqui na terra podem interceder uns pelos outros, pois lemos em 2 Tessalonicenses 3:1:
Por fim, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor seja divulgada e glorificada, como também aconteceu em vosso meio.”
Em 1 Timóteo 2:1, encontramos provas da necessidade de intercedermos a Deus por outros:
Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens.”
Mediador e Intercessores
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Todavia, as dificuldades surgem entre católicos, protestantes e evangélicos quando algumas questões são levantadas pela Igreja Romana. A primeira é:
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Argumento Católico Romano 1 - Se Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, conforme 1 Timóteo 2:5, e se medeia, intercede, e se ao mesmo tempo podemos interceder uns pelos outros, portanto, sermos intercessores, não indicaria isso que o fato de Jesus ser o único mediador ou intercessor não impediria de os santos católicos imitarem a Cristo e elevarem a Deus pedidos em nosso favor?
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Resposta Cristã - Em primeiro lugar, precisamos compreender que embora tanto Cristo como os cristãos, e até o Espírito Santo de Deus (Romanos 8:26, 27), intercedam por nós, o texto de 1 Timóteo 2:5 fala de mediação, não intercessão. Embora a mediação de Cristo entre Deus e os homens possa incluir a atos intercessores, apenas Cristo é o mediador. Por quê? Porque a palavra grega “mesítes” é, no contexto cristão, aplicada apenas a Jesus Cristo. (Veja Hebreus 8:6; 9:15) Observe, abaixo, o texto grego em 1 Timóteo 2:5:
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Esta palavra mesítes é, no contexto Cristão, aplicada apenas a Jesus porque, conforme VINE explica, “a salvação dos homens tornava necessário que o próprio Mediador possuísse a natureza e atributos daquele para quem Ele age, e, igualmente participasse da natureza daqueles por quem Ele age (exceto o pecado); somente sendo possuidor da deidade e da humanidade é que Ele poderia compreender as reivindicações de um e as necessidades dos outros.” ¹ Em outras palavras, só Jesus pode ser este mediador por ser perfeitamente Deus e perfeitamente homem.* Mas quando se trata de intercessão de uns para com os outros, usam-se outras palavras gregas que não mesítes. Por exemplo, em 1 Timóteo 2:1, Paulo exorta que se faça intercessões (enteukis) por todos os homens. Veja como essa palavra ocorre no texto em grego:
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Em Romanos 8:26, 27, os verbos para interceder, referindo-se à obra do Espírito Santo na vida do crente, são entunchano, no v. 27 (fazer petição) ehypertounchano, no versículo 26, com o significado de “interceder em favor de outrem“. (VINE) Veja o texto em grego abaixo:
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No caso de Jesus, além de ser o único mesítes (Mediador), em Romanos 8:34 lemos que Ele intercede  (entunchano) por nós. Com isso em mente, Jesus é o único mesítes (mediador) e intercede (entunchano), e nós não podemos ser mediadores no mesmo sentido que Jesus é, todavia, nós e o Espírito Santo podemos interceder pelos salvos em Cristo Jesus.
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Com essas informações em mente, não é o fato de Jesus ser o único mediador entre Deus e os homens, em si, que provaria que nós não devemos pedir pela intercessão dos santos que já estão na glória celestial. Afinal de contas, o texto que usamos em 1 Timóteo 2:5 fala do papel exclusivo de Jesus: Somente Ele medeia entre Deus e nós porque apenas Ele é perfeitamente Deus e perfeitamente homem, e isso a Igreja Católica Romana também crê.
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O que católicos, protestantes e evangélicos precisam provar é: Há na Bíblia indícios de que a intercessão de uns para com os outros continua após a morte, ou que podemos pedir a um santo lá no céu para que interceda por nós a Deus?
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Para os católicos, suas maiores provas são extra-bíblicas. Baseiam-se na Tradição da Igreja. Segundo eles, já nos primeiríssimos anos do Cristianismo, os cristãos, nas catacumbas de Roma, ao se reunirem ali escondidos dos Imperadores Romanos, cultuavam os mortos. De fato, há nessas catacumbas inscrições de cristãos pedindo a Pedro e a Paulo que rezassem por fulano ou beltrano. Todavia, esse costume de acordo com as Escrituras era errôneo. A Bíblia ensina em Eclesiastes 9:3-11 que os mortos nada sabem do que ocorre debaixo do céu. Além do que tais inscrições nessas catacumbas também incluíam petições a deuses e semi-deuses pagãos, para agirem como intercessores, provando que os cristãos, entre os séculos II e IV, davam indícios de contaminação por práticas pagãs.
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Alguns católicos poderiam dizer, então: Se a Igreja era tão errada entre os séculos II e IV, como poderia ter autoridade para escolher quais livros seriam incluídos no Cânon Bíblico? A Igreja como povo de Deus nunca foi errada, mas as pessoas que a compõem, sempre foram imperfeitas. Daí vemos Salomão ser escritor da Palavra de Deus mas ter se desviado de Deus (1 Reis 11). Isso mostra o amor de Deus por seus filhos, que apesar de seus erros, foram usados por Deus para cumprir seus propósitos. E a beleza desse amor é que apesar de uma igreja ainda jovem, que sofria às mãos de seus perseguidores, Deus não permitiu que acrescentassem em sua Palavra nenhuma dessas práticas errôneas contrárias a outros versículos da Bíblia, como acreditar que Pedro e Paulo poderiam interceder por nós, e que eles poderiam nos ouvir.
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Mesmo assim, os apologistas católicos tentam usar a Bíblia para apoiar a argumentação em favor da crença na intercessão dos santos. Por exemplo, podem usar Apocalipse 6:9, 10. Lemos ali:
Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Eles clamaram em alta voz, dizendo: Ó Soberano, santo e verdadeiro, até quando aguardarás para julgar os que habitam sobre a terra e vingar o nosso sangue?
Este texto fala dos mártires devido ao evangelho de Jesus, enquanto estão no céu, pois são almas e haviam sido mortas, clamando a Deus em favor do julgamento dos que habitam na terra e da vingança do sangue dos próprios mártires (“vingar o nosso sangue?”). Mas onde no texto se afirma que estes mártires estão intercedendo por nós aqui na terra? Em lugar algum! Eles estão pedindo em favor deles mesmos, lá no céu, e por justiça e julgamento contra os que os mataram. Eles sabem que morreram assassinados, por isso clamam por justiça para com seus assassinos. É isso realmente intercessão? De jeito nenhum! E se fosse, essa passagem provaria, no máximo, que os no mundo espiritual podem interceder apenas pelos que vivem no próprio paraíso (céu para os católicos), assim como também, segundo a Bíblia, os cristãos aqui na terra devem interceder apenas por aqueles que ainda vivem entre nós. Por isso, desafio os católicos a provarem na Bíblia, em livros Inspirados por Deus (não em aberrações encaradas como parte das Escrituras apenas no século XV), se:
1. Há na Bíblia um único caso de seres espirituais intercedendo a Deus por nós aqui, além de Jesus.
2. Há na Bíblia um único caso de um cristão dirigir-se a algum espírito para que este interceda a Deus por alguém na terra, que não seja Jesus?
Então, o ponto que precisamos enfatizar: O fato de crermos que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens não anula a necessidade de intercedermos uns pelos outros aqui na terra, pelo fato de que o papel de Jesus de mediar depende de Ele cumprir com os requisitos de ser perfeitamente Deus e Homem, e sem pecado, portanto, apenas ele pode mediar. Mas nós não precisamos ser perfeitamente Deus e homem, e sem pecado, para pedir a Deus por outros.
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Argumento Católico Romano 2 - Nós, católicos, cremos que só existe um mediador diante de Deus e dos homens. Não existem dois, mas um apenas. Muito menos que Jesus seja o principal mas haja outros coadjuvantes. Assim, cremos num único mediador, todavia, Ele, Jesus, não é sozinho. Cristo tem um corpo e esse corpo é a igreja. Cristo é a cabeça e nós somos o corpo, e como corpo de Cristo, nós somos os membros do corpo desse único mediador. Por isso que São Pedro pode falar que somos sacerdotes. É por isso que o Apocalipse pode dizer que somos um reino de sacerdotes. Assim como Jesus é o único sacerdote mas não é sozinho, pois tem outros sacerdotes, ou seja, a Igreja, assim também Jesus é o único mediador (intercessor) mas não é sozinho, pois tem sua igreja como seu corpo intercessor. Assim, esse único mediador é Cristo, mas o Cristo total, ou seja, Ele e a Igreja. Sendo assim, a sua igreja pode, como corpo dEle, mediar e interceder. Assim, esse único mediador é a cabeça e os membros (nós, cristãos).
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Resposta Cristã - Em primeiro lugar, quando se diz na Bíblia que Cristo é o cabeça do corpo, a Igreja, não se usou essa figura de linguagem, esse recurso linguístico, para ensinar que Cristo é o único mediador, mas não no sentido estrito, rígido. Usou-se apenas essa metáfora para mostrar a relação inseparável de Cristo com sua Igreja. Se fôssemos levar isso a sério, que sempre o que Cristo faz a sua igreja deve fazer igual, pelo fato de serem juntos cabeça e corpo, então seríamos obrigados a admitir que literalmente morremos com Jesus na cruz, que Cristo intercede por ele mesmo, e outras aberrações. De fato, se esse papo de Cristo-Todo fosse base para os do céu intercederem por nós, então deveríamos orar a Deus em favor deles, mas por quais motivos? Se conforme alguns católicos sugerem, os anjos de Deus informam os santos de nossas petições (pois os santos não podem nos ouvir), ou que o próprio Deus conte aos santos nossos pedidos para eles contarem os mesmos pedidos a Deus, então já que somos um Cristo-Todo, seria muito natural que Deus nos informasse por quais motivos devêssemos orar pelos santos já na glória. Mas isso não acontece. É óbvio! Será que o Cristo-Todo, em termos de intercessão, funciona só de baixo para cima? Sei não!
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Em segundo lugar, o fato de Jesus ser o único sacerdote (na verdade ele é Sumo Sacerdote) sendo que somos sacerdotes com ele piora as coisas para a Igreja Católica, porque prova que há ações e atitudes que somente Cristo faz, assim como os sumos sacerdotes em Israel realizavam obras no santíssimo que somente eles poderiam fazer. Portanto, só Jesus, no céu, ouve nossas orações, pois ele é Deus, e somente ele tem esse poder. Só Deus é mencionado nas Escrituras como ouvinte de oração. Aqui na terra, quando alguém pede uma oração da nossa parte em seu favor, o pedido dela é atendido porque a outra pessoa pôde ouvi-la. Mas será que no céu os santos têm o poder de ouvir milhões de orações ao mesmo tempo e levá-las a Jesus, para Jesus levar para Deus-Pai?
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Em terceiro lugar, pensemos em outros questionamentos. Por exemplo, os anjos de Deus são mensageiros de Deus e muitas vezes em nosso favor. Quando enviados por Deus, eles agem por nós. Nesse sentido, poderiam ser considerados intercessores de Deus, não entre Deus e os homens. Por quê? Porque não há um caso nas Escrituras em que um servo de Deus orou a um anjo! Orações intercessoras a seres espirituais, que não sejam a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), não são mencionadas na Bíblia. O fato de homens conversarem com anjos de Deus não significa que eles estivessem orando e contando com a intercessão deles, do modo como a Bíblia nos ensina a interceder uns pelos outros. Além disso, no mundo espiritual, não há referências bíblicas de santos orando a Deus por nós.
Conclusão
Não cremos na Tradição da Igreja Católica Romana. Ela é antibíblica. Qualquer estudioso sincero sabe que a Igreja Romana chupou com força muitas de suas crenças do paganismo. Nada nas Escrituras, nem de longe nem de perto, apóia a crença de que os santos lá intercedem por nós. Há de se fazer muito malabarismo textual para provar o absurdo. No mundo espiritual, é Jesus, com suas naturezas divina e humana, quem faz a intercessão e mediação. Mesmo assim, Deus nos ensina a orar uns pelos outros, intercedendo uns pelos outros. Isso faz com que Jesus deixe de ser o único mediador em sentido estrito? Não, porque ser mediador é apenas papel de Cristo, porque sua mediação se dá por ser plenamente Deus e plenamente homem, e é aplicada em sentido salvífico. Nós não podemos, no contexto Cristão, sermos mediadores entre Deus e os homens, porque não podemos religar o homem com Deus. Mas podemos interceder pelos outros porque Deus assim permite que nos importemos com nosso irmão.
Quanto aos que estão na glória (no céu, para os católicos romanos), lá no paraíso não lhes foi dada essa função de interceder por nós por sua incapacidade e limitações. Eles não podem nos ouvir. E não há um versículo na Bíblia que nos ensine que os anjos que vivem à nossa volta ouvem nossas orações e as levem para os santos, para que estes as levem para Jesus.
Alguns apologistas católicos dizem que oram todos os dias pelos protestantes e evangélicos, para que estes se convertam, tornando-se católicos, para que só assim possam ser salvos. Quanto a nós, protestantes e evangélicos, oramos para que Deus continue demonstrando a sua graça a todos eles, e que possamos confiar na salvação da Igreja através de Cristo, não de placas denominacionais.
- Fernando Galli.
Notas:
* Embora Moisés seja chamado de Mesítes (mediador), este representava a Cristo. – Gálatas 3:19, 20.
¹ VINE, W. E. Dicionário VINE : O significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. Página 777. 3.a Edição. São Paulo, SP: CPAD. 2003.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Moeda achada em Israel pode comprovar a existência de Sansão



Uma pequena moeda pode ser a primeira prova da existência de Sansão, o matador bíblico dos filisteus (povo não-semítico que habitava o sudoeste da Palestina durante o período bíblico).
Arqueólogos acharam o artefato durante escavações na região de Beit Shemesh, na Judeia, nas proximidades de Jerusalém, de acordo com reportagem do “Daily Mail”.
A moeda parece descrever uma história que consta do Velho Testamento, na qual Sansão, cujo poder foi desfeito pela traição de Dalila, luta com um leão.
Acredita-se que o objeto date de século XI antes de Cristo, quando as tribos israelitas se mudaram para a região após Josué conquistar Canaã.

Nessa época, os judeus eram liderados por figuras conhecidas como juízes – um deles era Sansão.

Beit Shemesh (foto abaixo) é citada várias vezes no Velho Testamento.
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