sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Os "pecados" na pregação exagerada sobre usos e costumes


A pregação exagerada nos “usos e costumes” criou uma geração, ou gerações, de crentes legalistas e presos as tradições. Esse discurso, muito comum em igrejas pentecostais, é conhecido por destacar aspectos exteriores da santificação e atribuir a salvação aos méritos pessoais. O legalismo pode ser definido como o apego excessivo as leis, cuja motivação é agradar a Divindade por meio da justiça própria. O Movimento Pentecostal no Brasil ficou conhecidos por diversos costumes, que não são maus em si mesmo, mas sim pelo apego e dedicação das igrejas nesse assunto.
O propósito do artigo não é defender o antinomismo e nem pregar uma graça barata, que abraça o pecador com seu pecado. O propósito do artigo é mostrar que os pentecostais, ou a maior parte dos pentecostais brasileiros, pecam em uma pregação legalista, preso em detalhes de roupas ou cortes de cabelo. O legalismo no meio pentecostal, inclusive nesse dias, é um fato incontestável. O zelo pela santidade não deve ser confundida com um estilo de vida xiita ou medieval.
Alguns dos “pecados” na pregação legalistas são:

1- A pregação exagerada em usos e costumes produz crentes doentes.
Muitas pessoas só pensam em como não quebrar as regras e tradições apresentadas em sua igreja. Lembrando que essas regras não são bíblicas e inventadas por homens. Hoje existe muitos doentes, principalmente neófitos que são mal discipulados e acham que Cristo os abandonou por quebras as regras impostas(ex. O assistir televisão ou usar calça para as mulheres). Normalmente as pessoas que pregam muito “usos e costumes” apresentam uma imagem muito negativa de Deus, como um grande déspota e tirano pronto a condenar.

2- A pregação legalista se baseia em uma exegese falaciosa e tendenciosa.
Os defensores de determinados “costumes”, no qual chamam erradamente de doutrina, são exegetas da pior espécie. Muitos que tentam impor determinadas regras usam texto fora do contexto e versículo que nada diz sobre sua apologia. O exemplo clássico dos pseudo-exegetas é pregar como pecado o corte de cabelo para as mulheres baseados em I Co 11, pois como lembra o pastor assembleiano Anthony D. Palma: “Ao longo desta extensa discussão (de I Co 11), Paulo nunca diz que a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta está pecando”[1].

3- Um líder que pregar exageradamente sobre costumes é falta de assuntos relevantes para a sua pregação.
Pergunte a esses pregadores ,usuários de um discurso legalista, se eles pregam sobre Trindade, divindade de Cristo, depravação humana, mortificação da carne, fruto do Espírito etc. O discurso repetido nessa tecla mostra que muitos não tem pão para alimentar a igrejas, pois eles mesmos não se alimentam da Palavra.

4- O legalismo nos costumes é sectário.
A síndrome da pureza do grupo é muito comum no discursos legalistas. As pessoas que não se encaixam no perfil “santo” são logos taxados indevidamente de “mundanos”, “liberais” etc. Por muito tempo, membros de igrejas pentecostais não consideravam membros de denominações históricas como “crentes”.

5- Define erradamente mundanismo.
Mundanismo é um sistema. A Bíblia condena o amor ao mundanismo como sistema e não como habitação dos homens. O mundanismo manifesta-se no individualismo, na hipocrisia, no amor fingido, no orgulho “espiritual” e em outros exemplos que é possível encontra com abundância no meio de comunidades evangélicas ultra-conservadoras nos “usos e costumes”.
Em um próximo artigo será analisado mais sobre o assunto de usos e costumes. Essa lista de “pecados” dos legalistas não é exaustiva e há muitas questões relacionadas no assunto. Contribua com o seu comentário nessa discussão e aponte outros erros relacionados ao assunto ou descreva sua opinião.

Referência Bibliográfica

1- STRONSTAD, Roger & ARRINGTON, French L (ed). Comentário Bíblico Pentecostal. 4 ed. São Paulo: CPAD, 2006. p 1003.

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