terça-feira, 29 de maio de 2012

As Escrituras por Charles Spurgeon


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Charles Spurgeon: as Escrituras são um leão para ser solto

“Defender a Bíblia? Você defenderia um leão? Solte o leão e deixe-o ir!”
Quando falava sobre as Escrituras, Charles Haddon Spurgeon retornava constantemente a dois temas intimamente relacionados. Primeiro, a Bíblia é inspirada e tem a autoridade de Palavra de Deus. Segundo, a Palavra inspirada carrega o testemunho da Palavra de Deus encarnada, Jesus Cristo.

Autoridade e Inspiração

A autoridade e inspiração das Escrituras foram importantes através da vida de Spurgeon de uma forma muito especial. De acordo com Lewis Drummond, “Spurgeon compreendeu que a pergunta mais importante de toda a teologia tem que ser a pergunta sobre a autoridade. Onde você encontra sua fonte confiável de verdade acerca da fé cristã?” (Spurgeon: Prince of Preachers). Para Spurgeon, a resposta a essa pergunta era, sem dúvida alguma, as Escrituras.
Refletindo sobre o Salmo 119, Spurgeon comenta: “O que é a verdade? As santas Escrituras são a única resposta para essa pergunta. Note, elas não são apenas a única verdade, mas são a verdade em si. Nós não devemos dizer que elas contém a verdade, mas que elas são a verdade: ‘a tua palavra é a verdade.’ Não existe nada falso sobre a lei ou parte das Escrituras. Aqueles que são obedientes às Escrituras irão entender que estão andando de forma consistente com fatos, enquanto que aqueles que agem de forma contrária às Escrituras estão andando de forma vã.” (Treasury of David, o trabalho clássico sobre os Salmos de Spurgeon).

Autoridade Cheia e Completa

De fato, para Spurgeon, o reconhecimento da autoridade cheia e completa da Bíblia era essencial para o diálogo teológico. Sem isso, não havia espaço para avançar na discussão: “Nós podemos ser tolerantes com opiniões divergentes, desde que exista uma intenção honesta de seguir o Livro. Mas se chegar ao ponto em que a o Livro em si é uma autoridade pequena para você, então não existe necessidade para a continuação do debate: nós estamos em campos diferentes, e quão logo reconhecermos isso, melhor será para todos os envolvidos. Se é para termos uma igreja de Deus na terra, as Escrituras precisam ser tidas como sagradas e encaradas com toda a reverência.” (A Book for Parents and Teachers on the Christian Training of Children).

Uma Espada nas mãos do Espírito Santo

Para Spurgeon, a autoridade da Bíblia estava baseada em sua inspiração. Portanto, esse livro inspirado e com autoridade é o instrumento do Espírito Santo para cumprir seu trabalho na vida do crente: “Quando um trabalho é feito hoje em dia, ele é, via de regra, mal feito. Um trabalho feito por contrato é normalmente deficiente em alguma parte ou outra; mas quando um homem faz um trabalho para si mesmo, é bem provável que ele irá fazer de forma completa e produzir algo no qual poderá depender. O Espírito Santo fez para si mesmo um Livro: cada porção desse Livro carrega suas iniciais e impressões; portanto, ele tem uma espada digna de suas mãos, uma verdadeira lâmina de Jerusalem de frabicação celestial. Ele tem prazer em usar uma arma feita de forma divina e ele a usa de forma gloriosa.” (The Sword of the Spirit)

Solte o Leão

No final das contas, Spurgeon era enfático sobre a autoridade da Bíblia porque sem ela, não há fundamento seguro para a igreja e para o Evangelho. De forma última, a mensagem da Bíblia é Jesus Cristo.
“Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega da Bíblia. Ele é o tema constante das páginas sagradas; do começo ao fim elas testificam dele… As Escrituras são os mantos que envolvem a sagrada criança Jesus; desenrole os mantos e você encontrará seu Salvador. A primazia da Palavra de Deus é Cristo.” (Morning and Evening)
Em todo o seu ministério, Spurgeon entrou voluntariamente em controvérsias apenas por causa de seu compromisso com a autoridade das Escrituras. No entanto, o objetivo de Spurgeon nessas controvérsias não era a defesa meticulosa da inspiração e autoridade da Bíblia. Ao invés disso, seu objetivo era simplesmente “soltar o leão.”

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