quinta-feira, 22 de março de 2012

As leis contrárias ao homossexualismo não foram abolidas com as leis con­trárias a comer carne de porcos? Essas leis não esta­vam de algum modo ligadas ao medo da maldição da esterilidade? Levítico 18.22-24


A MÁ INTERPRETAÇÃO: A lei contra o homossexualismo é encontrada em Levítico 18.22, paralelamente às leis cerimoniais e alimentares. Essas leis estão concluídas (At 10.15). Sendo assim, pareceria lógico que as leis que proíbem a atividade homossexual também não estives­sem mais em vigor. Também de acordo com a crença judaica, a esterilidade era uma maldição (Gn 16.1; 1 Sm 1.3-8). Crianças eram consideradas bênçãos de Deus (Sl 127.3). A bênção da terra estava ligada aos filhos (Gn 15.5). Não seria então surpreendente que a lei do Anti­go Testamento, em uma cultura como essa, reprovasse a atividade homossexual, da qual nenhuma criança jamais veio. Talvez o que esteja sendo condenado não seja a atividade homossexual, mas a recusa quanto a ter filhos.

CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: O sim­ples fato da proibição mosaica contra o homossexualismo estar no livro de Levítico não a faz parte da lei ceri­monial já finda. Se isso fosse verdade, o mesmo poderia ser dito a respeito do estupro, do incesto e de outras atitudes bestiais descritas no mesmo capítulo (Lv 18.6-14,22,23). E em nenhum lugar as leis relacionadas a prá­ticas sexuais estão ligadas à procriação de filhos. Se ho­mossexuais fossem levados à morte por serem "estéreis", isso dificilmente resolveria o problema de gerar mais cri­anças. O casamento heterossexual seria uma punição mais apropriada.

As leis contra o homossexualismo na nação de Israel se estendem até os gentios, de qualquer maneira (Rm 1.26). Os gentios não possuíam a lei cerimonial (Rm 2.12-15), nem fizeram qualquer pacto para a formação de uma nova geração. Foi precisamente por essa razão que Deus trouxe juízo sobre os cananitas (Lv 18.1-3,24,25). Um judeu flagrado em um ato homossexual era brutalmente destruído. No entanto, aqueles que violassem as leis alimentares eram considerados imundos e obrigados a viver fora do arraial por um curto espaço de tempo.

Se a esterilidade era uma maldição divina, então man­ter-se solteiro seria pecaminoso. Mas tanto o nosso Se­nhor (Mt 19.11,12) como o apóstolo Paulo (1 Co 7.8) sancionaram a condição das pessoas permanecerem sol­teiras por preceitos e prática. Contudo, proibições con­tra a prática homossexual continuam a ser promulgadas através de várias epístolas (Rm 1.26,27; 1 Co 6.9; 1 Tm 1.10; Jd 7).

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