quinta-feira, 22 de março de 2012

[DEVOCIONAL] John Piper – O Som Simultâneo do Riso e do Choro



O Som Simultâneo do Riso e do Choro

Vivendo no mundo real de sofrimento constante e prazeres (em algumas ocasiões)
Como você pode sorrir, quando há tanto choro? Ou como você pode chorar, quando há tantas pessoas gritando de alegria? A vida real nos empurra de um lado para o outro, ao mesmo tempo. Encontro ajuda na maneira como a Bíblia descreve esta experiência.
No livro de Esdras, as pessoas de Israel retornaram a Jerusalém provenientes do exílio na Babilônia, a fim de reconstruírem o templo de Deus. Depois de setenta anos de cativeiro, a profecia de Jeremias se cumpriu, e o povo pôde retornar para casa. Começaram a trabalhar no templo. De acordo com Esdras 3.10-11, “quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do senhor… todo o povo jubilou com altas vozes, louvando ao senhor por se  terem lançado os alicerces da sua casa”. Isso faz sentido. Era um dia de muita alegria. Era um novo começo.
No entanto, os versículos seguintes (Esdras 3.12-13) dizem: “Porém muitos dos sacerdotes, e levitas, e cabeças de famílias, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em alta voz quando à sua vista foram lançados os alicerces desta casa; muitos, no entanto, levantaram as vozes com gritos de alegria. De maneira que não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes do choro do povo; pois o povo jubilava com tão grandes gritos, que as vozes se ouviam de mui longe”.
Alguns choravam, alguns gritavam de alegria.
Por que os anciãos choravam? Choravam porque tinham visto “a primeira casa”. Em outras palavras, o que eles estavam para construir não se aproximariado tamanho e da grandeza do primeiro templo. Isto é o que Ageu 2.3 afirma:“Quem dentre vós, que tenha sobrevivido, contemplou esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é ela como nada aos vossos olhos?”
Alguns choravam porque compararam o novo templo com a glória daquele que existia antes. Outros se regozijavam porque o novo templo era muito maior do que o cativeiro na Babilônia e do que não terem nenhum templo. Essas duas perspectivas são verdadeiras. Ambas as emoções são válidas. Este é o caminho da vida. Nas famílias e nas igrejas — e mesmo em nosso coração — ambas as perspectivas e ambas as emoções surgem e desaparecem.
Por exemplo, considere a saúde. Você perde a saúde, talvez a visão, um rim, a memória ou a capacidade de andar. Há uma época de “cativeiro na Babilônia”. Mas, depois de alguns anos, há resposta às suas orações — um milagre ou um tratamento enviado por Deus — e uma parte de sua saúde é restaurada. Você pula de alegria ou chora? Talvez fará as duas coisas. Você recordará a glória anterior, e a perda o entristecerá. Todavia, você perceberá que um alívio lhe foi dado. Um novo dia. Um novo começo. Não o mesmo, e sim um novo e bom começo, repleto de possibilidades e esperança. E você se alegrará.
Ou pense nas inesperadas frustrações do casamento, ou nas escolhas lamentáveis dos filhos, ou nos reveses e progressos esporádicos de sua profissão. Em qualquer dia, você não tem razões para se alegrar e razões para chorar? Isso depende muito de onde você fixa sua mente. Você se concentra no que poderia ter acontecido (por exemplo, como seria bom se minha mãe não tivesse sido assassinada quando eu tinha vinte e oito anos, e estivesse aqui para ver os seus netos crescerem)? Ou você se concentra nas coisas novas que Deus tem feito (e fará) para mostrar a suficiência de sua graça (tal como outra esposa excelente para meu pai, e todos os meus filhos no caminho do Senhor)?
Neste lado da ressurreição de Jesus e do cumprimento final da promessa de fazer todas as coisas cooperarem juntas para o bem do seu povo (Romanos 8.28-32), ainda haverá tristezas. Sim, mas como Paulo disse, não se assemelham às tristezas daqueles que não têm esperança (1 Tessalonicenses 4.13). O nosso choro será um choro firmado na rocha da esperança.
Minha oração, por mim mesmo e todos vocês, é que nosso choro seja profundo, mas não demorado. E, enquanto ele durar, choremos com os que choram. E, quando a alegria vier, pela manhã, alegremo-nos com os que se alegram (Salmos 30.5; Romanos 12.15).

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